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Projeto leva capacitação e geração de renda para comunidades

Natura desenvolve cadeia direta de fornecimento de óleo de Buriti

Projeto leva capacitação e geração de renda para comunidades
 
Quando decidiu, em abril de 2011, produzir o óleo de Buriti a partir de uma cadeia de fornecimento de relacionamento direto com a Natura, a empresa tinha pela frente uma grande missão: produzir informações suficientes sobre a espécie e desenvolver os processos necessários para organizar a cadeia produtiva, padronizar práticas dos agricultores para chegar a uma matéria prima com a qualidade necessária para a elaboração do produto e obter o ingrediente em maior volume e qualidade. A experiência foi tão bem-sucedida que gerou um manual de boas práticas que hoje contribui para a capacitação de produtores rurais, estruturação de uma agroindústria processadora do óleo e geração de emprego e renda para os associados de uma cooperativa de agroextrativistas da agricultura familiar.
 
Início do Projeto
 
Como de costume quando identifica em uma espécie o potencial para ser um ingrediente novo, a empresa foi atrás do habitat natural da espécie e de agricultores familiares próximos ou que trabalham com o Buriti nas comunidades tradicionais, com objetivo de entender melhor suas características, identificar potenciais e definir as melhores estratégias para realizar o trabalho. “Encontrar parceiros locais para participar do desenvolvimento é importante porque a ideia é que depois que esta etapa estiver concluída, essa cadeia possa abastecer a demanda da Natura com o trabalho de pessoas locais”, explica Daniel Oliveira, engenheiro agrônomo que faz parte da equipe de Pesquisa da Natura, responsável por prospectar novos ativos naturais e desenvolver cadeias produtivas que atendam os volumes da empresa.
 
O projeto em questão desenvolveu a cadeia produtiva do óleo de Buriti no Cerrado do Norte de Minas Gerais. O primeiro passo foi identificar em que lugar do cerrado havia um grupo já bem estruturado e próximo às áreas de ocorrência de Buriti. Foi quando começou a parceria com a cooperativa Grande Sertão, que fica localizada no norte de Minas Gerais, na cidade de Montes Claros. A cooperativa trabalha com várias comunidades de cidades do norte do estado e tem como objetivo principal o fortalecimento da agricultura familiar, através da mobilização e capacitação dos agricultores para a produção de polpa de frutas e produtos agroextrativistas do cerrado.
 
 
“Quando paramos pra analisar, perguntar para as pessoas que já tinham alguma relação com o Buriti, vimos que ela era muito local com um uso mais em casa ou mesmo num mercado local”, lembra Daniel. Segundo ele, não havia muita informação técnica sobre a planta. Não se sabia, por exemplo, a quantidade de frutos que uma árvore produzia ou de quanto em quanto tempo poderia ser feita a colheita.
 
 Elaboração das Práticas de Produção da cadeia do óleo de Buriti
 
Estudos foram realizados para monitorar o rendimento em polpa do fruto – é da polpa que se retira o óleo – a capacidade de produção das árvores, quais as boas práticas para realizar o manejo dos buritizais e a produção da polpa seca, que agrega valor ao produto e permite a renovação dos buritizais ao reter as sementes na comunidade, gerando portando maior ganho social e ambiental, comparado ao fornecimento do fruto in natura. A partir disso, uma primeira apostila foi elaborada para ajudar na capacitação dos produtores. Havia a necessidade de padronizar uma série de práticas para dar escala a produção e garantir um produto uniforme no final, sem deixar de lado os cuidados com o meio ambiente. O formato visual do material, com pouco texto e bastante ilustração pareceu bastante acessível para os agricultores. “É um trabalho em que partimos do que o agricultor já faz, do que ele conhece, do que ele entenderia que seria mais fácil pra ele fazer”, comenta o engenheiro.  
 
O resultado deste trabalho foi um manual mais elaborado, produzido pela área de Bioagricultura da Natura. Todas as informações produzidas pelas pesquisas foram reunidas neste material. Levantamentos e monitoramentos que fizeram parte do projeto e foram realizados em parceria com a Cooperativa Grande Sertão. O Instituto Sociedade,
População e Natureza, o Central do Cerrado e UFMG também contribuíram para a sua concepção.
 
Além das recomendações de manejo dos buritizais, o Manual de Boas Práticas de Produção de Buriti traz dicas sobre a produção de raspa seca e fruto de Buriti, ambos conhecimentos  construídos conjuntamente com os  produtores. “O Buriti é uma planta que frutifica a cada dois anos. Com os produtores rurais aprendemos que a produção da raspa seca aumenta a durabilidade dessa matéria prima. Desenvolvemos práticas a partir dessa raspa seca e demos escala para isso”, conta Daniel. Esses e outros aprendizados foram incluídos no manual que hoje é um importante aliado dos agricultores que atualmente tem o Buriti como fonte de renda. “Isso gera um benefício social porque essas pessoas passam a ter uma renda, uma atividade, um aprendizado. E gera também um valor ambiental porque o produtor rural passa a se preocupar com essa planta e preservá-la, ao mesmo tempo em que cuida do seu ecossistema, um ambiente bastante frágil e ameaçado”, avalia.
 
 Estas raspas secas são processadas na agroindústria da própria cooperativa, estruturada com o apoio da Natura, através de um processo desenvolvido pela equipe de pesquisa e desenvolvimento de ingredientes. Como consequência de todo esse trabalho de estruturação e capacitação, o óleo gerado nesse processo pode ser fornecido diretamente à Natura, sem a necessidade de empresas intermediárias, que geralmente fazem processos para qualificar o óleo produzido pelas agroindústrias.
 
 
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