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A Natura rejeita categoricamente testes em animais. Nossos esforços contínuos para substituir esses métodos incluem tanto a utilização de tecidos 3D quanto a aplicação da inovadora técnica desenvolvida em colaboração com o Lnbio, chamada Human-on-a-Chip.

Tecnologia Inovadora da Natura: Human-on-a-Chip Revoluciona Testes de formulações Cosméticas Sem Uso de Animais

Tecido 3D  

 

A Natura é uma empresa comprometida com a preservação da natureza, abrangendo tanto a fauna quanto a flora. Nosso compromisso é total na rejeição de testes em animais para avaliação de eficiência e segurança de nossos produtos. Desde 2006, abolimos completamente o uso de animais em nossos testes, optando por investir significativamente em recursos e tecnologia para desenvolver métodos alternativos que atendam aos padrões de qualidade e segurança necessários para testar produtos cosméticos. 

Nossos esforços incluíram investimentos substanciais em infraestrutura de laboratório, aquisição de equipamentos de ponta e a contratação de cientistas especializados na área. Adotamos métodos modernos de teste, como o uso de tecidos 3D em substituição aos testes em animais. Essa transição implicou em exames sofisticados, como o uso de células e tecidos humanos (conhecidos como "in vitro"), modelagem computacional avançada (denominadas modelos "in silico") e estudos realizados com voluntários humanos. 

Vale ressaltar que a Resolução Normativa do Brasil (nº 58), que aborda Métodos Alternativos, foi publicada apenas em 2023. Embora recomende a substituição de animais em testes, a legislação ainda permite o uso em situações específicas. No entanto, a Natura eliminou integralmente os métodos em animais em 2006, antes mesmo da legislação europeia (EU Ban on Animal Testing law, 2009), sendo pioneira nesse movimento e apoiada principalmente pelas iniciativas da sociedade europeia. Desde 1998, a empresa investe ativamente em métodos alternativos que substituem o uso de animais, reafirmando nosso compromisso com a ética e o respeito à vida. 

 

Human-on-a-chip

 

A recente metodologia, fruto da colaboração entre a Natura e o Laboratório Nacional de Biociências (LnBio) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), representa uma inovação significativa na busca por alternativas aos testes em animais. Introduzindo a revolucionária técnica Human-on-a-chip, que utiliza uma impressora 3D para simular o funcionamento do organismo humano, esse avanço marca uma abordagem inédita na avaliação de ingredientes cosméticos. 

O diferencial crucial dessa técnica reside na integração de estruturas biológicas que reproduzem órgãos humanos. O sistema é ativado por um fluxo controlado de líquidos e soluções, emulando a circulação sanguínea. Essa abordagem única permite que pesquisadores e cientistas avaliem os efeitos de um ingrediente cosmético tanto dentro do corpo (órgãos) quanto fora (pele) simultaneamente. 

Essa metodologia proporciona análises específicas e aprofundadas, especialmente para ingredientes complexos e inovadores. A diretora geral de pesquisa e desenvolvimento da Natura, Roseli Mello, destaca que os testes em órgãos e pele 3D simplificam o processo de inovação de produtos. Essa técnica oferece a capacidade de realizar análises específicas e aprofundadas em ingredientes naturais, muitas vezes inéditos e complexos. 

Roseli explica: "Temos a tradição de buscar na biodiversidade brasileira possíveis novos ingredientes para criar produtos inovadores. No entanto, a ausência de dados e testes sobre uma matéria-prima pode resultar na redução da concentração permitida ou até mesmo na proibição de seu uso em determinados produtos." 

Kelen Fabiola Arroteia, gerente do Núcleo de Avaliação Pré-Clínica da Natura e uma das profissionais envolvidas no desenvolvimento da Human-on-a-chip, reforça a afirmação de Roseli. Segundo ela, a tecnologia já demonstrou resultados surpreendentes. "Conseguimos avaliar uma nova matéria-prima em desenvolvimento na empresa, e o resultado do ensaio possibilitou a liberação da mesma em produtos numa concentração três vezes maior do que seria possível sem esse novo método", relata.