O sol brilhou na sede da Natura em Cajamar, no último dia 29 de novembro, para receber os convidados do 6º Congresso Internacional de Fitocosmética. Os participantes passaram a manhã e a tarde na empresa, para o fechamento da edição brasileira do evento, que contou com palestras e um passeio pela fábrica da Natura.
Durante a série de apresentações, realizadas no auditório do centro de treinamento da empresa, o Dr. Kattesh V. Katti, autoridade no campo da nanotecnologia, falou sobre como essa ciência pode se relacionar ao reino vegetal. Kattesh é um evangelista da eliminação de elementos químicos tóxicos na produção de nanopartículas. Sendo assim, ele busca nas plantas e ervas as fontes fitoquímicas necessárias para o desenvolvimento dessas estruturas, em um processo totalmente sustentável que pode ter aplicações médicas, na agricultura e em outras áreas.
A expertise da Natura em perfumaria foi representada na palestra de Danielle Barbizan, gerente de desenvolvimento de fragrâncias e avaliadora olfativa da empresa. Ela conduziu os espectadores por um passeio de fragrâncias e história, refletindo a ligação histórica entre a cosmética e os ingredientes naturais.
Por fim, Cristiane de Moraes, da UEBT (União para Biocomércio Ético), falou sobre o amadurecimento da sociedade na percepção do posicionamento de empresas em relação à sustentabilidade, e como isso está ligado à necessidade de se estabelecer práticas de biocomércio ainda mais coerentes, no sentido de atender às demandas da sociedade por ações efetivas, e não apenas discursivas.
Iguatemi Costa, gestor científico da Natura e um dos organizadores do congresso, falou ao site de Natura Campus logo após o fim do evento, fazendo um balanço das atividades e também lembrando da importância da discussão deste tema hoje, não somente entre atores da academia e da indústria, mas também em toda a sociedade. Confira:
O que foi visto no encerramento do 6º Congresso Internacional de Fitocosmética?
Nós tivemos a possibilidade de aprender sobre alta tecnologia, com uma apresentação sobre nanotecnologia e a conexão disso com a fitocosmética; passeamos um pouco pela história dos produtos naturais na perfumaria e como isso evoluiu ao longo da história da humanidade, além de como nós da Natura contribuímos com o desenvolvimento de óleos essenciais e com a introdução de novos produtos naturais na perfumaria; e fechamos da maneira que abrimos, falando de ética, que de certa maneira era a espinha dorsal do congresso como um todo.
Também pudemos mostrar o trabalho da UEBT (União para Biocomércio Ético), que fala justamente sobre como fazer um relacionamento ético, baseado em relações fortes de confiança e respeito no tratamento das cadeias de valor de produtos naturais. Foi um bom fechamento para um congresso bastante intenso em conhecimento.
Qual a importância do apoio da Natura na discussão sobre a fitocosmética?
A pertinência é altíssima. Na história da Natura, encontramos por volta de 2000 a biodiversidade como fonte de inovação, e isso quase que transforma a forma de agir da empresa, no sentido de uma conexão ainda maior com os produtos naturais.
Nós temos uma história bem sucedida de fitocosmética para contar, tanto do ponto de vista técnico-científico, de campo e coleta, até o desenvolvimento dos ingredientes e na transformação deles em produtos de boa aceitação, que contribuem para o crescimento da empresa.
Temos um case importante e muito conhecimento para compartilhar. Fazer essa conexão com a academia e outras empresas somente acrescenta nessa jornada já bem-sucedida da Natura de desenvolvimento de ingredientes naturais como base de inovação para os seus produtos.
Na sua visão, como o público absorveu o conhecimento oferecido no congresso?
Ao longo dos três dias, o feedback que recebemos foi muito positivo, e de pessoas qualificadas no tema. Havia um público interessado, engajado e participante. Pude perceber uma energia boa em todos os participantes. Acho que fechamos o congresso com chave de ouro.
Por que é importante a sociedade discutir a fitocosmética hoje?
Qualquer movimentação na sociedade depende de vários pilares, e a ciência é muito importante. Poder falar de ciência fitocosmética, como um player global, com um poder de influência social relevante, somado à tendência que a gente verifica de uma aproximação do mercado dos ingredientes naturais, representa algo expressivo.
Então, a Natura, com sua história e suas práticas, com a ciência que é aplicada aqui dentro, capaz de transformar tudo isso em produtos melhores, é uma força considerável no sentido que a gente acredita ser positivo para a sociedade.
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