Projeto cooperativo traz inovação para a Natura e viabiliza o crescimento de pesquisas em nanotecnologia no Brasil

Cooperação em Nanotecnologia

Projeto cooperativo traz inovação para a Natura e viabiliza o crescimento de pesquisas em nanotecnologia no Brasil
 
Um documento recentemente lançado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) aponta a nanotecnologia como uma área de grande oportunidade para o desenvolvimento industrial do Brasil em um mercado que pode movimentar US$ 1,5 trilhão apenas em 2015. O estudo mostra que o crescimento previsto não está relacionado à produção de nanomateriais básicos, mas à capacidade de alguns segmentos transformá-los em produtos de alto valor agregado.
 
Embora o cenário seja promissor e favorável a novos investimentos, os custos para o desenvolvimento dessa tecnologia ainda são muito altos. Para somar esforços no avanço das pesquisas em nanotecnologia no país e investir em inovação e tecnologia de ponta, a Natura se uniu ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) em um projeto de cooperação inédito que envolve mais três empresas com o aporte da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
 
A Natura e o IPT já tem um histórico de cooperação de pelo menos uma década, e a Embrapii surge como um ator facilitador neste novo processo. Ou nas palavras de Leonardo Garnica, gerente para sistemas de inovação da Natura, “desburocratizador do processo”.  A Embrapii foi quem mobilizou o IPT para mostrar o que ele tinha de melhor, organizar os seus melhores pesquisadores e colocar isso à disposição para a interação com a empresa. “O IPT nos convidou para irmos até lá para ouvir todas as linhas de pesquisas que eles tinham. Começamos a fazer um levantamento das possíveis sinergias que a tínhamos nesse tema tecnológico. Em um segundo momento participamos de um encontro que envolveu os altos gestores. Voltamos para a Natura e priorizamos os temas que tinham mais urgência e eram adequados para esse tipo de cooperação. Definimos então os líderes de projeto para essas iniciativas, aprovamos os projetos dentro da Natura”, lembra.
 
O financiamento conta com valores aportados pelas três partes participantes do projeto: empresa, Embrapii e IPT. Entre as grandes vantagens desse formato está a possibilidade de trabalhar com projetos mais caros, uma vez que os custos são divididos. O objetivo comum é que o produto seja lançado. De acordo com Leonardo, “se a empresa apresentar a demanda e não houver uma interação frutífera, o instituto passa a ser cobrado porque ele não está sendo atraente para o setor industrial”. Isso garante que a instituição científica passe a trabalhar mais rápido e atender a empresa de uma maneira diferente do padrão de atendimento e as lógicas ficam mais parecidas porque todos querem que o produto seja lançado lá na frente.
 
Juliana Alencastre, também gerente científica da Natura, ressalta que “o governo está bastante interessado em alavancar esse tema de nanotecnologia no Brasil e aproximar a academia à indústria. Então através desse programa ele consegue acelerar esse processo. É possível acelerar a inovação por conta da divisão dos custos acelerando a pesquisa em nanotecnologia no Brasil”.
 
No modelo de cooperação estabelecido, a Natura participou de seminários para troca de conhecimento com as outras três empresas - Grupo Boticário, Yamá e TheraSkin -, mas o sigilo sobre particularidades dos projetos de pesquisa de cada uma delas foi mantido. “Esses seminários foram muito ricos, não só para recebermos o conhecimento sobre nanotecnologia, mas também para termos essa interação com as outras empresas”, avalia Juliana Flor, gerente científica da Natura. Ela explica que nessas ocasiões o IPT trouxe para as empresas informações sobre a parte teórica de nanotecnologia.
 
Para ela, “a Natura e o IPT ganham muito em fazer esse tipo de parceria. A troca de conhecimento, as interações e as discussões sobre o projeto proporcionam um ambiente de aprendizado por ambas as partes corroborando para uma melhor entrega”.