Natura se alia a universidades e institutos de pesquisa para incorporar conhecimento de ponta a produtos. ...

Ciência à flor da pele

Natura se alia a universidades e institutos de pesquisa para incorporar conhecimento de ponta a produtos.

DINORAH ERENO | Edição 195 - Agência FAPESP - Maio de 2012

A fabricante de cosméticos Natura praticamente dobrou de tamanho em apenas cinco anos. Entre 2007 e 2011, a receita líquida saltou de R$ 3 bilhões para R$ 5,5 bilhões, os pedidos de produtos passaram de 9 milhões para 17 milhões ao ano e a participação das operações internacionais saiu de 4,4% e chegou a 9%. Apesar de um desempenho abaixo do esperado para 2011, encerrou o ano com um crescimento de 9% e lucro líquido recorde de R$ 830,9 milhões. A trajetória de sucesso da empresa criada em 1969 com um laboratório de modestas dimensões e uma pequena loja é fruto de uma estratégia que contempla uma constante busca de soluções inovadoras não só na concepção de produtos, como na gestão dos impactos ambientais e no modelo comercial, além de oportunas correções de rota nos momentos críticos.

A Natura, com sede em Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo, segue um modelo de pesquisa e desenvolvimento que privilegia a conexão entre especialistas de diversas áreascom sólida formação acadêmica, para que os projetos possam incorporar diferentes pontos de vista. “Uma das belezas da ciência é que ela tem uma linguagem relativamente estruturada que torna possível a conversa entre cientistas de áreas diferentes”, diz Victor Fernandes, 50 anos, diretor de ciência, tecnologia e ideias e conceitos da Natura. A área que dirige tem foco de atuação em quatro grandes frentes de pesquisa: ciências clássicas e avançadas de pele e cabelos, tecnologias sustentáveis, design de experiências e bem-estar e relações. “A metodologia de conhecimento Natura é estruturada com esses quatro elementos”, ressalta. “É um trabalho quase fractal de aprofundar e ao mesmo tempo ampliar para ter relação com outros temas.”

Pesquisadores de diversas áreas contribuem com diferentes pontos de vista para projetos

Engenheiro químico formado pela Universidade de São Paulo (USP) há 20 anos, Victor fez MBA no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em gestão de inovação e biotecnologia, e morou oito anos nos Estados Unidos, onde trabalhou na área de alimentos e gestão de inovação. Há seis anos na empresa e dois na atual função, Victor diz que o mais comum nas áreas de P&D das empresas é o agrupamento entre hiperespecialistas, sem abertura para outras especialidades. “A ciência é relevante para a criação de valor, mas a conexão entre diversos elementos é que traz a diferenciação para a Natura.”

Leia a notícia na íntegra: http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/05/11/ciencia-a-flor-da-pele/